quarta-feira, 8 de abril de 2009

O Azul é um espectáculo!

Os Blue Man Group não são apenas um espectáculo, mas muito mais: comédia, concerto de rock e interacção ao máximo com o público. Mas comecemos pelo princípio.

Eu fui ver os Blue Man Group porque ganhei bilhetes pelo Sapo Mulher. Quando me telefonaram a dar a boa nova disseram-me algo que me perturbou bastante, que devia avisar na entrada que eu era a menina do passatempo porque me ia chamar ao palco para um pequeno sketch

Portanto não estranhei quando fui levantar os bilhetes e estes eram na primeira fila e muito menos quando vi um grande X vermelho em frente ao meu lugar, mesmo em frente a uma das escadas para o palco. A minha reacção foi mais ou menos “Ai… medo…”. E a Guida, que foi comigo, riu-se muito. Também nos rimos muito as duas quando vimos que realmente tínhamos impermeáveis nos assentos! Afinal não era mito!

Portanto, vestimos os impermeáveis de plástico transparente e sentamo-nos nos nossos lugares fabulosos à espera que o espectáculo começasse. Alguns minutos antes do espectáculo propriamente dito começa a interacção: na tela que esconde o palco começam a passar mensagens. “Vamos descobrir se há alguma megaestrela no nosso público hoje” é a primeira afirmação, à qual se seguem perguntas em que é-nos pedido para gritar quando concordamos e respectivos comentários sarcásticos. Pedem-nos ainda para pregarmos uma partida a quem chegar a atrasado! Quando virmos pontos de interrogação no ecrã gigante é suposto sacarmos dos telemóveis e fazermos como se estivéssemos num concerto romântico. Assim que chegar tarde não vai perceber e pensar que pertencemos todos a um culto muito esquisito (LoL).

É então altura do espectáculo começar! Com música, efeitos de sombras e muitas palmas. E claro, 3 personagens azuis! How to be a megastar é basicamente um manual de instruções para se tornar uma megaestrela do rock. No ecrã gigante um anúncio, ao belo estilo televendas, publicita um cd com os passos essenciais, incluindo para os primeiros compradores uns brindes muito cómicos. Os homens azuis ficam intrigados e decidem comprar o cd, com uma ajudinha do cartão de crédito de um membro do público!

É ao som dos passos deste cd que todo o espectáculo decorre. Os homens de azul aprendem desde como ter ritmo e dançar, darem prendas ao público, contratarem artistas para cantar de forma a ninguém reparar se eles tocarem mal, até ao passo clássico da falsa saída de palco e da apresentação da banda.

Há momentos verdadeiramente hilariantes, como Floppy the Banjo Clown, na distribuição de baquetas e palhetas – em que as atiram para o espaço entre a primeira fila e o palco só para serem depois avisados que nunca devem dar as prendas para a primeira fila, porque os restantes espectadores podem ficar chateados… e então eles usam uma fisga com um funil para fazerem chover palhetas sobre a audiência – e nos momentos em que há homens azuis que vão para o meio do público brincar com as luzes e fazer festinhas aos carecas!

Há os momentos de rock puro e duro, com uma bela banda e cantores. Nestas alturas os homens de azul tocam instrumentos estranhos: misturas de tubos de PVC, um piano com as cordas expostas e que é usado como precursão (!), tambores e varas flexíveis. Há uma mistura de músicas próprias – com letras que alertam para a alienação da vida actual e como tendemos a esconder-nos atrás do que desejamos aparentar – com músicas conhecidas como I feel love ou Baba O’Rilley. Há até mesmo alguns segundos de uma música portuguesa no início de um medley!

Há a vertente artística e espectacular com os tambores de água iluminados, os jogos de luzes, a parte das luzes de néon verde que deixa qualquer pessoa de queixo caído e muito mais!

O final é apoteótico, com os homens de azul a pedirem que todos nos levantemos e que sigamos os rock concert movements com eles enquanto a banda toca a música final.

Este foi um dos espectáculos mais completos que tive o prazer de assistir. Não houve um momento aborrecido! Ou estava a rir à gargalhada, a bater o pé ao som de uma música, pasmada com a profundidade de uma letra ou ainda maravilhada com tudo o que se estava a passar à frente dos meus olhos. Vale a pena ver! Eu pelo menos espero ter a oportunidade de os ver de novo.

Ah, e para quem teve a coragem de ler este quantidade violenta de texto e ainda quer saber o que fui fazer ao palco… fui realizar um dos últimos passos do espectáculo: apresentar os membros da banda. E os homens de azul foram uns queridos e não gozarem comigo ;)

Para fechar esta entrada deixo-vos alguns vídeos desta tournée em encontrei pelo youtube, apesar de não fazerem jus ao espectáculo ao vivo.

I Feel Love
Baba O'Rilley
Rock Concert Movement

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