terça-feira, 3 de março de 2009

Os Apanhadores de Conchas

“Depois de ter estado às portas da morte por um enfarte, Penelope Stern, filha de um pintor de fama internacional, começa a ver a vida com outros olhos. A sua estabilidade afectiva está ligada a uma série de acontecimentos ocorridos no passado. Conviveu com as suas sequelas dolorosamente, mas agora está disposta a recapitular… Decide voltar à Cornualha, onde decorreu a sua juventude, e não desistirá enquanto não conseguir compreender a sua própria história bem como a dos membros da sua família. Nesse passado ocupa um lugar importante um quadro pintado pelo seu pai, «Os Apanhadores de Conchas», que agora desperta o interesse dos seus filhos pelo seu valor económico…”

Quando comecei a fazer a colecção de livros da revista Sábado este foi um dos livros que mais me chamou a atenção. Não estava no alinhamento inicial e nunca tinha lido nada sobre ele ou a autora, enquanto que no caso dos outros livros conhecia um ou outro. Quando finalmente me chegou às mãos fiquei encantada com a capa.

Se nessa altura já estava intrigada, mais fiquei ao ler esta crítica na Estante de Livros. Decidi então que este seria o meu próximo livro a ler.

A narrativa gira em torno de Penelope, uma mulher independente com três filhos adultos, desde o momento em que volta a casa após ter sofrido um ataque cardíaco. A história situa-se em dois momentos distintos. No presente, na década de 80, e no passado, durante a época da II Guerra Mundial.

Durante o presente seguimos o quotidiano de Penelope enquanto esta lida com as consequências do enfarte, quer no modo como os seus filhos encaram agora o facto de ser independente e viver sozinha, quer na própria maneira com que lida com a sua vida. Essas reflexões levam-nos frequentemente ao passado, onde revivemos os momentos que moldaram Penelope na mulher que agora conhecemos.

Durante toda a história conhecemos personagens palpáveis e interessantes. Para mim são de destacar Olivia, Antonia e Danus, pela sua complexidade e pela facilidade com que me conseguiram cativar.

A parte final é bastante emocional e cheguei mesmo a ter de conter algumas lágrimas, coisa que raramente me acontece. Felizmente o final em si tem um tom optimista que faz todo o sentido face à narrativa.

No fundo esta livro é um ode à vida. Ensina-nos que para viver é preciso arriscar, cometer erros, sofrer tristezas, celebrar alegrias… abarcar tudo o que é bom e ao mesmo tempo tudo o que é mau. Porque só assim a vida faz sentido.

É um livro que me tocou e penso que me vai ficar na memória durante bastante tempo.

Recomendo.

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